quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Aprendendo a maternidade...


Numa sociedade preocupada com a melhor maneira de educar uma criança descobri a necessidade de misturar o que é melhor para o meu filho com o que é necessário para uma mãe bem equilibrada. Reconheço que o dar interminável se traduz em esgotar-se a dar. E quando se esgota a dar, não é uma mãe saudável e não é um eu saudável.
Por isso, estou a aprender a ser mulher em primeiro lugar e mãe em segundo. Estou a aprender a sentir apenas as minhas próprias emoções sem roubar ao meu filho a sua dignidade individual por sentir também as suas emoções. Estou a aprender que uma criança saudável tem o seu próprio conjunto de emoções e características que são só suas. E muito diferentes das minhas.
Estou a aprender a importância de trocas honestas de sentimentos porque o fingimento não engana as crianças. Conhecem a mãe melhor do que ela se conhece a si própria.

Estou a aprender que ninguém ultrapassa o seu passado a menos que se confronte com ele. Caso contrário os filhos absorverão exactamente o que ela está a tentar ultrapassar. Estou a aprender que as palavras de sabedoria caem em ouvidos surdos se as minhas acções contradisserem os meus actos. As crianças tendem a ser melhores imitadoras que ouvintes.
Estou a aprender que a vida se destina a ser preenchida com tanta tristeza e dor como alegria e prazer. E permitirmo-nos sentir tudo o que a vida tem para oferecer é um indicador de realização.
Estou a aprender que a realização não pode ser atingida por me esgotar a dar-me mas dando a mim própria e partilhando com outros.
Estou a aprender que a melhor maneira de ensinar o meu filho a viver uma vida preenchida não é sacrificando a minha vida. É vivendo eu própria uma vida preenchida.
Estou a tentar ensinar ao meu filho que tenho muito que aprender. Porque estou a aprender que libertá-lo é a melhor forma de continuarmos ligados.

Nancy McBrine Sheehan*


* Retirado do Livro “Corpo de Mulher, Sabedoria de Mulher” de Christiane Northrup

2 comentários:

  1. Espectacular esse excerto...tudo o que devemos apreender!

    Sabemos claro é que não é fácil, mas é uma questão de ...ESCOLHA!

    Bjinhos amiga

    ResponderExcluir
  2. Tens razão amiga. É uma questão de escolha e sentir-se bem com ela, o que normalmente nos dá a sensação de ter sido uma boa ou má escolha. ;) Processos que podiam ser feitos mais vezes e quase ninguém faz. Normalmente escolhe-se e tá feito! Ainda que se sintam mal depois, está feito! É uma pena... Beijinhos

    ResponderExcluir